sábado, 19 de dezembro de 2009

Abrindo e protegendo fronteiras

Os imigrantes alemães nos Estados Unidos constituíram grupo esparso e difuso, quanto às condições sociais, econômicas e culturais. Nunca chegaram a ser politicamente coesos, a não ser em alguns pontos, como a rejeição à escravatura e às leis que restringiam o consumo de álcool.

Embora a língua alemã fosse amplamente praticada, optaram por assimilação rápida à sociedade americana, e uso da língua inglesa pelas vantagens econômicas que isto representava.

Destacaram-se como militares, agricultores, e industriais (indústrias de alimentos, cervejarias, carruagens, siderurgia, tipografias e outras).

De início abrindo fronteiras, como escudos contra invasores, como na guerra contra franceses e índios. E a seguir, tiveram importante participação na Revolução da Independência.

Estar nas fronteiras, foi também devido a serem agricultores pobres. Ali encontravam terras mais baratas, e férteis. Já capitalizados, passaram a reter as terras mais valiosas, aplicando técnicas de conservação dos solos.

Na guerra civil americana, ( da União federativa - Estados do norte, agricultura familiar, indústria, trabalho livre, contra os Confederados - Estados do Sul, grandes lavouras de algodão, favoráveis à escravidão), Teuto-americanos (germano-americanos) eram o maior contingente étnico a lutar pela União.

Aproximadamente 516.000 (23,4% de todos os soldados da União) tinham ascendência alemã, dos quais 216.000 nascidos na Alemanha. O Estado de Nova Yorque e o de Ohio forneceram dez divisões cada. Em termos de regimentos individuais, vários consistiam inteiramente de descendentes de alemães. Os maiores esforços de recrutamento aconteceram nas cidades de Cincinatti, St. Louis e Milwaukee. Também na eleição do presidente Abraham Lincoln, foi decisivo o apoio dos germano-americanos.

No Brasil, a imigração alemã também teve propósitos de ocupação dos espaços suscetíveis de invasões pelos espanhóis da bacia do Prata. E, alemães e descendentes, tiveram importante participação na Guerra do Prata, e na Guerra do Paraguai. Em termos relativos, grande importância. Assim como foram e continuam sendo muito importantes todas as demais contribuições dos imigrantes alemães e descendentes para o desenvolvimento do Brasil.

Porem, interessante ter idéia de proporções em relação aos Estados Unidos.
Para lá emigraram mais de 7 milhões de alemães, enquanto que ao Brasil vieram pouco mais de 250 mil.

Na área militar, a Guerra do Paraguai foi a maior na América do Sul (de 1864 a 1870). Envolveu em torno de 160.000 soldados do Brasil, 30.000 da Argentina e 5.600 do Uruguai. Do Paraguai, 150.000 soldados. Houve participação de voluntários descendentes de alemães, e alguns remanescentes dos soldados mercenários alemães, dos cerca de 1800 “Brummer” contratados para a Guerra do Prata aem 1851/2.

Já nos Estados Unidos, na Guerra Civil de 1861-1865, foram mobilizados mais de 4.000.000 de soldados. E como vimos acima, 216.000 eram nascidos na Alemanha. E assim os exemplos de expressivas contribuições alemãs ao desenvolvimento da nação americana, se estendem também às mais diversas áreas de atividades.

As diferenças em relação ao Brasil se acentuam também em função de lá ter havido imigração em levas, 140 anos antes do Brasil, e o clima ser parecido com o da Europa. Especialmente nas regiões dos grandes lagos, onde se concentraram mais as colonizações alemãs, como é o caso do Estado de Wisconsin, por exemplo.

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