sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Alemães na América Latina (4/4)

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Argentina, continuação.

Imigrações alemães no Alto Paraná

A Província de Misiones foi a que mais recebeu imigrantes alemães, com o maior número de colonias consolidadas.

Em 1919 foram implantadas as colonizações de Puerto Rico (católicos), Montecarlo (protestantes). Foram atraídos milhares de descendentes dos imigrantes alemães do Rio Grande do Sul. A estes teuto-brasileiros juntaram-se novos contingentes de alemães, com a criação também de Eldorado, e outras mais ao sul da Província.

Entre estas várias colonizações havia particularidades diferenciadoras. Assim, os teuto-brasileiros viviam socialmente separados dos demais alemães. A estes denominavam de “Deutschländer” em contraposição a si próprios de “Deitschen”. (“alemães” e algo como “alemons”, já no Brasil, e até hoje. É uma auto-referência dos descendentes das primeiras levas de imigrantes do período anterior à existência formal da Alemanha. A unificação alemã ocorreu em 1871. Em outro blog escrevi sobre processo da assimilação de alemães gaúchos).

Separados também viviam os Alemães do Volga, na baixa Misiones, assim como Alemães Suíços. Mesmo entre os alemães propriamente ditos, havia diferenciações, como denotam os toponímicos Bayerntal e Schwabental, na região de Eldorado.

No entanto, mais do que as mencionadas diferenças entre os vários grupos de imigrantes alemães, são marcantes as características em comum entre os vários grupos, em todos os países, tais como ênfase em valores da família, da educação, da solidariedade. Alem da valorização da música, desde a clássica à popular, danças folclóricas, confraternizações, corais, eventos culturais e esportivos, costuma haver as típicas bandas e bandinhas de música que costumam tocar marchas, valsas, polkas, animando bailes e festas - com algumas variações conforme as origens dos grupos, ou adaptações a costumes locais.

Paraguai

Apenas após a Guerra do Paraguai, acentuaram-se as imigrações, a partir de 1870.

De início em San Bernardino.

Muitos são teuto-brasileiros, complementados por alemães, como em Hohenau.
Destacam-se também as colonizações Menonitas como é Fernheim, na região do Chaco.

Dos imigrantes registrados de 1870 a 1959 - 8,4% foram alemães, 2,2% austríacos e 12,2% Menonitas (também de fala alemã) conforme consta nesta fonte (em alemão) pg.2 em tabela das várias nacionalidades dos imigrantes. Na pág.20 há tabela das colônias estabelecidas, indicando as nacionalidades dos respectivos colonizadores, e na pág. 22 aquelas de falantes do alemão.

Para ilustrar, vídeo da cidade Filadélfia, ou Fernheim, uma colonização Menonita na região do Chaco.

Uruguai


No Uruguai praticamente se reproduz a situação na Argentina, porem em escala muito menor.

Las tres colonias de alemanes en el país: Ombú, Gartental y Delta

Gartental, San Javier (colônias menonitas)

VII - Ilustração sobre tendências, um complemento.

De modo geral, nas colônias que eram isoladas e preservaram tradições, a exploração do turismo passou a ser fonte alternativa ou adicional de renda. Vimos isto nos casos de Tovar na Venezuela, e região de Pezuzo no Peru. Temos exemplos também no Brasil, como a Colônia Witmarsum. Veja os vídeos: Parte I, Parte II, Parte III.

O que ocorre nesta colônia é válido também para outros grupos eventualmente ainda fechados. Porem, esta abertura e agregação do turismo são diferentes dos casos de colonizações que desde logo foram estabelecidas ou evoluídas com diversidade étnica.

A promoção turística de Blumenau, por exemplo, embora tenha seu foco nas características alemãs, não se restringe a estes aspectos. Abrange várias peculiaridades em comum com todo o chamado Vale Europeu, em Santa Catarina.

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