sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Alemães na América Latina (1/4)

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Conhecia alguns aspectos sobre o tema.
Fiz buscas complementares para chegar a uma visão geral.
Apresento apenas um sumário que pode facilitar, indicando alguns tópicos num contexto mais amplo, a quem se interessar na pesquisa de algum detalhe.

I - Alemães na América Latina.

Embora em torno de 90% dos alemães que emigraram tenham se dirigido à América do Norte, os demais foram qualitativamente significativos como imigrantes em países da América Latina.

1 - Há muitos séculos vieram alemães para a América de forma avulsa, atuando como comerciantes, artesãos, religiosos.

No caso dos países latino-americanos, muitos dos imigrantes alemães vinham de forma esparsa, para atuarem em empreendimentos comerciais e industriais.

Tanto nos países tropicais da América Central quanto nos do norte da América do Sul, tentativas de colonização não prosperaram. Os imigrantes acabavam se juntando aos demais nas cidades, sendo absorvidos neste meio cultural. Exceção de uma e outra de localização muito remota.

2 - Condições muito diversificadas e complexas entre os países, não permitem generalizações. Da mesma forma foram diversificadas as origens e complexidades das imigrações de alemães.

No entanto há duas características em comum: Comércio, que assumiu maior importância a partir das economias mundiais de importação-exportação, e colônias agrícolas.

Os comerciantes atuavam na obtenção de suprimentos para nações industrializadas. Seja na mineração e com amplo sucesso em plantações e comércio de café, como em outras plantações em larga escala. Também aproveitaram as demandas crescentes de importações.

3 - As imigrações foram incentivadas a partir da independência dos vários países latino-americanos. Em diversas situações a motivação, à parte das econômicas, era assegurar a soberania sobre territórios, ocupando-os, e proteger fronteiras especialmente em regiões eventualmente disputadas.

Iniciou-se desta forma a colonização alemã no sul do Brasil em 1824. Também Chile e Argentina, temiam perder a Patagônia e por isto incentivaram as colonizações no extremo sul. Da mesma forma havia por parte da Argentina preocupações em relação à região de Misiones. No caso do Paraguai, a região do Chaco era alvo da Bolívia.

4 – Alguns aspectos que diversificam os países afetaram a integração dos imigrantes de forma variável.

Na América Latina, características européias são mais preservadas na Argentina e Uruguai, países com forte predominância de brancos, como os próprios alemães. No caso do Brasil, se considerado apenas o Sul.

Uma diferença entre a América do Norte e America Latina é que enquanto nos Estados Unidos é muito maior número de descendentes, o número de falantes do alemão é pequeno. A proporção de falantes do alemão em relação ao número de descendentes é maior no Brasil e Argentina, especialmente em colônias mais isoladas. Isto é, naquelas onde os meios de acesso e de comunicação demoraram mais a chegar.

O processo de assimilação em países anglo-saxões foi bem mais rápido. O idioma e cultura latino-americana, mestiça, é algo mais discrepante para os imigrantes alemães. Inicialmente a formação de casais nas colônias agrícolas se deu preferencialmente entre os vários grupos de procedência dos imigrantes, ao contrário das metrópoles onde as assimilações foram mais aceleradas e casamentos com nativos mais comuns.

5 – Descendentes de alemães.

Para termos idéia da proporção de imigrantes alemães vindos à América Latina, em relação às demais regiões da América, temos estes dados. Variam muito as estimativas.

Alguns dados constam em estatísticas, como nos Estados Unidos.

Sobre USA vs. Brasil veja as postagens, link 1, link2.

USA ~50 milhões
Brasil ~ 5 milhões
Canadá 3,2 milhões
Argentina ~3 milhões
Chile ~600 mil - 150 a 200 mil
México ~86 mil ~200 mil
Uruguai 46 mil
Bolívia ~40 mil
Equador 33 mil
Rep. Dominicana 25 mil

(Continua , clique aqui 2/4)

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