quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ítalo-germanicos - parte 1/3

1 – Italianos descendentes de alemães.

Imigrantes vindos às Américas com algum grau de etnia germanica - que originalmente falavam algum idioma relacionado ao alemão - de regiões no mundo que não a atual Alemanha, foram o foco em "Alemães, quais ?". Sobre ítalo-germanicos, é um complemento.

Várias famílias que emigraram da região do Veneto para as Américas (e outros lugares no mundo) com sobrenomes italianos, são em algum grau de etnia germanica. Entre estes (como tiroleses e outros) há os descendentes dos que migraram, a partir do século XI, do atual sul da Alemanha a esta região no atual norte da Itália. Descendência esta em maior ou menor proporção, conforme os casamentos mistos ao longo dos anos.

Eles são uma minoria dispersa e quase oculta entre os milhares que saíram do que é hoje a Itália. Naturais, em sua maior parte, de Vicenza e Veronese, assim como descendentes de tiroleses e outros, do Trentino. O caso é diferente em relação aos descendentes de italianos e alemães que casaram entre si em suas novas pátrias.

O entrosamento entre povos transalpinos é antigo. Já no Império Romano, tanto Augsburg , hoje na Alemanha, quanto Trento, hoje na Itália, faziam parte da mesma unidade administrativa de Videlicia e Raetia, unificadas. Veja neste mapa antigo.

(clique para ampliar)

Visando o domínio da região, os romanos implantaram uma via através dos Alpes, a Via Cláudia Augusta. Esta continuou sendo utilizada por muitos séculos para deslocamentos de soldados, mineradores, agricultores, lenhadores, artesãos - entre o sul da atual Alemanha e região do Veneto, na atual Itália.



Fato relevante em relação à importância das travessias nos Alpes e deslocamentos de populações germanicas na época ao norte da atual Itália, é que a Comarca de Veronese esteve sob controle do duque da Baviera de 952 a 1157.


Um fator de aproximação tambem era a Igreja, com seus bispados. Havia relacionamento entre as dioceses ao norte, de Freisig e Benediktbeuern (próximas a Augsburg) e de Verona, Vicenza e Trento, ao sul.

Em 1040 houve escassez de alimentos na região entre os rios Lech e Isar, afluentes do rio Danúbio. O bispo de Verona então convidou os que viriam a ser conhecidos como Zimbarn. Colonizaram a região que abrange as 13 comunidades em Verona, 7 comunidades no altiplano do Asiago em Vicenza. Mais tarde, migraram ainda para Luserna (no Trentino, após 1600) e outras, na região de Cansiglio (no Treviso e Belluno, após 1800).

As comunidades no Asiago, por vários séculos constituíam uma região e povo independente, o que influiu na preservação do idioma, até o século passado - e ainda hoje em pequenas ilhas lingüísticas. É o mais antigo dialeto alemão bávaro existente. Sobre esta República e o idioma já comentei em outro blog. Há outras duas teorias sobre a origem desta população, mas esta é a mais bem documentada.

Quando comentei em outro blog o sobrenome Eberle, mencionei um folheto turístico de Schio, comunidade próxima de Asiago, no qual consta que houve maciça imigração de alemães no século XI, neste caso principalmente para a mineração.

(Continua - parte 2/3)

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